Gravação durou 12 horas e resultou em pouco mais de um minuto, que vai ao ar diariamente
– Não imaginei que veria São Jorge e o cavalo no parque. É um cavalo lindo, muito bem tratado – disse a carioca Sandra Monteiro, 40 anos, que visitava o Beto Carrero World ontem à tarde e parou para fotografar a dupla.
A seleção de Cristiano para representar São Jorge teve 12 concorrentes, todos do Beto Carrero World. Mas o cavalo que deveria aparecer na abertura da novela não era Tiger, e sim Ciclone, que também vive no parque. Ciclone faria a abertura da novela, em São Paulo, enquanto Tiger gravava no Rio de Janeiro uma cena para a próxima minissérie da Globo, Suburbia.
– O Ciclone não se adaptou ao espaço. O Tiger gravou a cena no Rio e voltou para fazer a abertura de Salve Jorge – conta Cristiano.
O cavalo, da raça andaluz, precisou repetir por várias vezes o galope em frente a uma tela verde, de chroma key, que serve como pano de fundo para que sejam inseridas as cenas no cenário virtual, que já estava pronto.
O momento mais tenso, diz Cristiano, foi o salto que, na tela, ocorre sobre uma catedral. Para que o cavalo fizesse o movimento, foi aberto um buraco no chão – mas a abertura era estreita demais para evitar que Tiger a desviasse, ao invés de pular. O assoalho também era liso, o que deixou o adestrador apreensivo.
O piso foi substituído por borracha, o que trouxe mais segurança ao salto.
– Foi muito emocionante, o Tiger me surpreendeu – diz o orgulhoso adestrador.
As 12 horas de trabalho de Cristiano e Tiger resultaram em um minuto e três segundos de abertura, que podem ser vistos diariamente às 21h, depois do Jornal Nacional.
Confira um vídeo do Marking Of para a abertura da novela:
Da paixão ao adestramento
Filho de pescadores, Cristiano Geonir de Souza nunca havia se interessado por cavalos até que viu, pela primeira vez, os animais que se apresentavam no recém-criado Beto Carrero World, em Penha. Apaixonado pelos cavalos, o menino, então com 11 anos, começou a ajudar no parque escondido da mãe. Levava crianças em passeios de pônei e nas saídas de charrete. Com o tempo, virou pupilo do adestrador Jorge Farfan, e aprendeu com ele boa parte do que sabe hoje.
Cristiano fazia parte das caravanas do Circo Beto Carrero, e viajou pelo mundo. Trabalhou por 15 anos com o Beto Carrero em pessoa, e abre um sorriso quando o assunto é o ex-patrão:
– Ele era uma pessoa maravilhosa, adorava crianças. Presenteou vários meninos que trabalhavam comigo com um pônei. Eu, que era mais velho, ganhei uma égua, a Princesa – conta.
Recentemente, emocionou-se ao participar, com oito cavalos e três pôneis, de uma apresentação para 10 mil pessoas no Criança Esperança. Mas diz que seu grande sonho já foi realizado quando representou, por três anos, o próprio Beto Carrero num dos shows do parque.
Fonte: clicRBS