sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Ibama reprova segundo projeto de balada no Beto Carrero

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Proposta entregue há duas semanas não ganhou o ok dos analistas do órgão federal. Organizadores da festa entregaram ontem um terceiro projeto, e propõem que o Dream Valley Festival fique numa área mais afastada do zoo do parque

A menos de um mês do Dream Valley Festival, a organização do evento de música eletrônica ainda não conseguiu convencer o Ibama de que a bicharada do parque Beto Carrero World, da Penha, não vai ser prejudicada com a barulheira dos DJs. A negativa ao segundo projeto entregue pelos organizadores foi informada na última quarta-feira. Representantes da RBS Eventos e da Green Valley, que estão organizando o festival, entregaram uma terceira proposta pro órgão federal ontem, com uma mudança no local do evento pra uma região mais distante do zoológico. Quem também resolveu se meter no impasse foi a Promotoria do Meio Ambiente da Penha, que abriu um inquérito civil para monitorar a organização da festona.
Pros sabichões do Ibama, as principais broncas no projeto anterior não foram explicadas no novo estudo apresentado no dia 10 deste mês. “O projeto de reconsideração da decisão não demonstrava que os animais não seriam incomodados pelo som. 
As únicas mudanças propostas foram a alteração do direcionamento das caixas de som e uma proteção acústica na área onde ficam os animais. Apesar de ajudar, não resolvia completamente o problema”, explica Gabriela Brêda, analista ambiental do Ibama que avaliou a papelada.

Em duas semanas, o projeto passou por três departamentos do Ibama: o de Fauna e o Técnico, ambos de Florianópolis, e a divisão de Biodiversidade e Floresta, de Brasília. No parecer dos sabichões, o resultado foi que a festona não poderia ser realizada de acordo com o projeto apresentado. “Concluímos que o evento Dream Valley Festival, nas dependências do parque Beto Carrero World, deve ser embargado, como medida de precaução, visando a salvaguarda dos animais do zoológico”, encerra o documento assinado pelos analistas ambientais do Ibama.
Este é o segundo “não” do órgão, que já tinha notificado a proibição da festa aos responsáveis pelo parque no dia 13 de setembro, quando foi analisado o primeiro projeto. A saúde da fauna do zoo, que possui mais de 700 animais de várias espécies, foi o motivo pra barrada.
O evento está previsto para rolar nos dias 16 e 17 de novembro, e a organização adiantou que quase 30 mil ingressos já foram vendidos pra festa eletrônica, que tem previsão de receber cerca de 40 mil pessoas nos dois dias.

Nova tentativa
Ontem à tarde, representantes das empresas responsáveis pelo evento se reuniram com o superintendente interino do Ibama, em Florianópolis, Marcos André de Mello, e apresentaram um novo plano pra festa, que inclui a mudança no local onde vai ser o batidão. “Ouvimos todas as dicas do Ibama e mudamos a área do evento do pátio principal para o estacionamento do kartódromo, que vai ser até melhor para as pessoas da festa”, diz Eduardo Philipps, diretor da Green Valley.

O representante da RBS Eventos, Juliano Lissani, também participou do plá e ressaltou a distância do palco pros animais, que inicialmente seria de cerca de 200 metros. “O espaço entre o novo local é pelo menos três vezes maior. Além disso, vamos cumprir com outras exigências, como a instalação de câmeras de monitoramento na jaula de alguns animais, como a zebra e a girafa”, informa.

A superintendência do Ibama avisa que a nova tentativa de solução deve ser analisada pelos técnicos do órgão e a resposta será só na próxima semana. “O projeto será encaminhado nesta sexta-feira para a divisão técnica, que deve fazer uma nova avaliação. Por enquanto, ainda não há uma decisão definitiva sobre o assunto”, conta Marcos.

MP de olho
O impasse já chegou até no Ministério Público. Ontem, a 2ª Promotoria do Meio Ambiente da Penha abriu um inquérito civil para acompanhar a questão. “O inquérito foi aberto para monitorar o andamento deste caso. O principal é a decisão do Ibama. Caso seja negativa para a realização do evento, podemos até entrar com uma ação proibindo a festa”, adianta o promotor Luís Felipe Czesnat.

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