O proprietário do parque de diversões onde um adolescente de 16 anos morreu após cair de uma roda gigante, em outubro de 2011, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE). O empresário José Henrique da Silva Motta deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar, e tentativa de homicídio. No acidente, ocorrido em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, um jovem de 22 anos, amigo do adolescente, ficou gravemente ferido. O G1 tentou, mas não conseguiu localizar o proprietário do parque para falar sobre a denúncia.
Autor da denúncia, o promotor de Justiça Samuel Frungilo destacou que o laudo pericial demonstra que no local, em que houve o rompimento do pino que ocasionou o acidente, havia a presença de graxa devido à visível danificação no brinquedo. Ele afirmou que ficou comprovado que as peças estavam oxidadas e em mau estado de conservação por falta de manutenção.
“O indiciado sabia da necessidade da manutenção dos brinquedos, já que os possuíam há mais de 15 anos, ou seja, o indiciado exercia a profissão no ramo de diversão há tempo suficiente para saber dos cuidados que os aparelhos exigiam”, pontuou o promotor, em parte da denúncia.
Além disso, o MPE apontou que o acusado montou o parque de forma clandestina, sem a requisição das autorizações necessárias. “Caso ocorresse a vistoria nos aparelhos, com certeza ele não obteria a autorização para iniciar as atividades. Tal ação, lamentavelmente, culminou com uma morte e causou graves sequelas na outra vítima”, afirmou.
Queda
O parque estava montado há duas semanas no bairro Parque do Lago e o acidente ocorreu por volta das 21h30. A roda-gigante tem cerca de 10 metros de altura, mas o acidente ocorreu quando a cabine se soltou a uma distância de 5 metros do chão. Conforme a Polícia Militar, que registrou a ocorrência, o eixo que ligava a cabine à roda-gigante quebrou, ocasionando o acidente.
Muitas pessoas também estavam no brinquedo no momento da queda, o que gerou susto e pânico. Outras que circulavam pelo parque também auxiliaram no socorro às vítimas. Fabrício Ferreira ficou 18 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro de Várzea Grande. Ele ficou com sequelas neurológicas e continua fazendo tratamento.
A Polícia Civil confirmou que o parque não possuía alvará de funcionamento dado pela prefeitura do município e nem laudo assinado por um engenheiro do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) de Mato Grosso. O então secretário de Infraestrutura, Luiz Carlos Sampaio, havia declarado à época que nenhum pedido de autorização de funcionamento foi feito para a prefeitura.
Fonte: G1